Você está em:Página InicialBlogLições de gestão da “Corrida mais difícil do mundo”

“It’s very easy to get lured into the fact that it’s a race and forget that it’s actually an expedition”. Nathan Fa’avae

Recentemente o serviço de streaming da Amazon (Prime Video) lançou uma produção própria sobre corridas de aventura, uma obra prima que chamaram de “World’s Toughest Race”, uma nova edição do Eco Challenge gravada nas ilhas Fiji com 66 times de todo o mundo, os times são compostos de 4 membros sendo obrigatório ao menos uma mulher para compor o time. Trata-se mais de uma expedição cruzando toda a ilha do que propriamente um corrida, como diz um dos participantes. Os times devem percorrer 671 quilômetros de montanhas, selvas, rios, oceano e pântanos em um prazo máximo de 11 dias, tudo isso através de modalidades como remo, corrida, nado, bicicleta, escalada, entre outros. A produção é sensacional, a corrida por si só já seria uma inspiração, mas ao somar com as incríveis histórias dos participantes, tem-se realmente um épico cheio de emoção e muitas lições a serem aprendidas e compartilhadas.

Como um estudioso de gestão, me deparei com um prato cheio de inúmeras lições sobre princípios e práticas de gestão, liderança e trabalho em equipe, resolvi então escrever esse texto para enumerar algumas delas.

  • Planejamento: A série toda é produzida de modo espetacular, certamente para se preparar algo dessa magnitude é necessário um gigantesco planejamento, desde os 671 quilômetros que deverão ser percorridos a todos os incontáveis detalhes como equipe, equipamentos, alimentação, logística, acampamentos, comunicação, etc. Além do planejamento da equipe de produção, é possível verificar o quanto o planejamento é fundamental para os times que estão participando da corrida, desde o enorme planejamento somente para se chegar em Fiji com todo o equipamento e preparo físico e mental em dia, até o planejamento de cada etapa da corrida, cada time precisava se esforçar bastante para definir as melhores estratégias em cada acampamento para obter o melhor desempenho possível em cada etapa da prova.

 

  • Organização: Tanto a equipe de produção quanto os times que estavam concorrendo fizeram um trabalho muito bem elaborado de organização, cada pessoa sabia claramente quais eram suas funções e seus objetivos, pessoas de todo o mundo, com perfis diferentes, conseguiram se organizar e se reorganizar continuamente para atender todas as metas estabelecidas, sejam de produção ou da própria competição.

 

  • Liderança: O trabalho dos líderes foi formidável, uma coordenação extremamente coesa de inúmeras pessoas ao longo de um trajeto gigante, em determinado momento da prova os times estavam espalhados por toda a ilha em meio a uma tempestade tropical, ainda assim foi possível verificar que a liderança agiu de forma a garantir a segurança de todos os envolvidos ao mesmo tempo que buscava uma solução viável para não cancelar a prova. Todos os times definem um capitão que assume a liderança do time se tornando o responsável pelas decisões mais difíceis, embora cada time tenha um líder, é possível notar que elas funcionam mais como times de alta performance em que há uma revezamento da liderança entre os membros, e me parece que todos estão preparados para assumir a liderança sempre que necessário para manter os times performando em seu mais alto desempenho.

 

  • Execução: O trabalho em equipe é outro ponto formidável, o ambiente é totalmente hostil e situações inesperadas ocorrem a todo momento, apesar disso tantos as equipes de produção quanto os membros estão sempre motivados e engajados na melhor execução possível, e realmente inspiradora a resiliência de todos os envolvidos, sofrem juntos, choram juntos, discutem, debatem, brigam, e ao final de cada situação, uma mais difícil que a outra, costumam sair mais fortes das adversidades. A palavra “desistir” simplesmente parece não existir no vocabulário tanto das equipes de produção quanto dos times disputando a corrida.

 

  • Controle: Outro ponto admirável é o controle, a produção teve o cuidado de criar um sistema de controle em todos os pontos da ilha, de forma que eles conseguiram monitorar em tempo real todos os times espalhados ao longo dos 671 quilômetros do trajeto mantendo-os no máximo de segurança possível, sem interferir indevidamente na competição. O controle que os times realizaram também foi fantástico, a cada acampamento eles recebiam os mapas e os objetivos da próxima etapa, rapidamente eles realizam o planejamento necessário e ao longo de todo o trajeto realizavam o controle da navegação para evitar se perder no percurso, ao mesmo tempo que controlavam todos os outros aspectos da corrida, como manutenção dos equipamentos, higiene, hidratação, alimentação entre outros.

Esses são apenas alguns dos princípios de gestão que pude observar na série, com certeza as lições são incontavelmente maiores do que estas que resumi neste texto, fica então a dica de uma ótima opção de série para assistir sozinho ou com família e amigos, além de muito bem produzida, ela é realmente inspiradora em cada detalhe, as histórias são edificantes e se pudermos absorver e aplicar ao menos alguns dos princípios que transbordam da série, com certeza ganharemos muito em nossas vidas, tanto no aspecto profissional quanto no aspecto pessoal.

Bula Bula!

 

Autor: Ronaldo Guedes, Sócio-Diretor da área de Estratégia.

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